Walter Firmo: 70 anos de fotografia brasileira no MAM-BA
O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) recebe, até março de 2024, a exposição “No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito”, que reúne 200 fotografias do lendário fotógrafo Walter Firmo.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1937, Firmo é um dos mais importantes fotógrafos brasileiros. Sua obra retrata a cultura e a sociedade brasileira de forma única, com um olhar atento à beleza e à diversidade do país.
A exposição no MAM-BA é um passeio por 70 anos de fotografia brasileira. São imagens que retratam a Bahia, sua cultura e seu povo, mas também o Rio de Janeiro, o Carnaval, a música popular brasileira e a luta contra a desigualdade social.
Entre as obras mais emblemáticas da exposição estão o retrato de Pixinguinha com seu saxofone, o clássico retrato de uma noiva das palafitas, as imagens do Carnaval baiano e da Lavagem do Bonfim, e os retratos de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Bethânia.
A exposição é uma oportunidade única de conhecer a obra de um dos maiores fotógrafos brasileiros. É um passeio imperdível por 70 anos de fotografia brasileira.
“Para nós é uma grande honra receber um artista da magnitude e da importância de Walter Firmo integrando a programação do Novembro Negro no MAM Bahia, contando com essa parceria especial com IMS e sendo mais uma atração de um novo momento de readequação e requalificação dos Museus do Instituto”, ressalta a diretora geral do IPAC, Luciana Mandelli. Além do MAM, o IPAC administra os mais importantes museus baianos, como o de Arte Contemporânea (MAC), o de Arte da Bahia (MAB), o Museu do Recôncavo e o Solar Ferrão, dentre outras importantes coleções de arte.
A exposição ‘Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito’ tem como curadores Sergio Burgi, que coordena a Fotografia do IMS, e Janaína Damaceno Gomes, que é professora da Uerj e lidera o Grupo de Pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra. A mostra também tem o apoio da conservadora-restauradora Alessandra Coutinho Campos e da pesquisadora biográfica e documental Andrea Wanderley, que fazem parte da Coordenadoria de Fotografia do IMS.
De acordo com a diretora do MAM Bahia, Marília Gil, as fotos selecionadas estão no primeiro andar do Casarão do museu. “Esse é o primeiro nível do Solar do Unhão, que tem ar-condicionado e é um Patrimônio do Brasil desde 1943, junto com a Capela e outras construções antigas”, diz Marília. As fotos da exposição foram feitas desde a década de 1950, começo da carreira de Firmo, até 2021.
Elas mostram imagens de vários lugares do Brasil, com cenas de rituais, celebrações populares e momentos do dia a dia. O conjunto revela a poética do artista, que se baseia na experimentação e na produção de imagens muitas vezes dramatizadas e dirigidas. A maior parte das obras exibidas vem do acervo do fotógrafo, que está sob a custódia do IMS desde 2018 em regime de comodato.
Nas fotografias, prevalece uma aura de afetividade e valorização da negritude, como afirma o próprio Walter: “Acabei colocando os negros numa atitude de referência no meu trabalho, fotografando os músicos, os operários, as festas folclóricas, enfim, toda a gente. A vertigem é em cima deles. De colocá-los como honrados, totens, como homens que trabalham, que existem. Eles ajudaram a construir esse país para chegar aonde ele chegou”, explica Firmo.
Super Foto explica: Quem é Walter Firmo?
Walter Firmo é um fotógrafo brasileiro nascido no Rio de Janeiro, em 1937. É considerado um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, com uma obra que retrata a cultura e a sociedade brasileira de forma única.
Firmo começou sua carreira na década de 1950, trabalhando como repórter fotográfico para jornais e revistas. Em 1963, foi convidado a participar do projeto “Fotografia Popular”, que documentava a vida dos trabalhadores brasileiros.
A partir da década de 1970, Firmo passou a se dedicar à fotografia documental. Suas imagens retratam a Bahia, sua cultura e seu povo, mas também o Rio de Janeiro, o Carnaval, a música popular brasileira e a luta contra a desigualdade social.